O catálogo de Lightroom é desconhecido de muitos fotógrafos, passando desapercebido até o dia em que falha, perdendo-se assim horas e horas de edição ou meses de catalogação dos ficheiros, que apesar de não ser a perda dos ficheiros das fotografias, pode implicar uma perda enorme de tempo voltar a editar e catalogar todo o material.

O que é um catálogo de Lightroom?

Ao contrário do Adobe Photoshop, onde abrimos ficheiros a ficheiro as imagens e trabalhamos cada ficheiro de forma independente e toda a informação, sejam layers, metadados ou o color profile ficam embebidos no arquivo, o Adobe Photoshop Lightroom (LR) é um sistema não destrutivo, isto é, não altera os ficheiros originais das imagens (salvo em raras situações).

A esta informação devemos acrescentar todo o potencial do LR de catalogação com filtragem por coleções, cores ou estrelas, palavras-chave e alteração de metadados que não sendo exclusivos de um ficheiro, agregam sim vários para a sua filtragem. Pois bem, toda esta informação é guardada num catálogo de LR. 

O Catálogo ocupa dois ficheiros no disco ou um e uma folder no caso de ser em ambiente Windows e concentra informação sobre os ficheiros de fotos que fazem parte do mesmo, agregados através da funcionalidade de import, contempla toda a informação de catalogação e filtragem, assim como toda a informação relativa a edições realizadas no LR.

O meu LR não tem catálogos? Oiço esta frase com alguma frequência em Workshops e reforça o início deste post, há pessoas que desconhecem o catálogo. O catálogo é o chamado contexto, isto é, o LR não pode estar aberto sem ter um catálogo aberto.

O catálogo onde nos encontramos está visível na barra de topo da aplicação. Não se admire se diz Default Catalog e há meses ou anos que tem catalogado milhares de imagens no mesmo catálogo. Acontece.

Se assim for, acabamos de abrir toda um novo mundo, onde pode ter um catálogo com 300 imagens sobre um tópico (ex. viagem aos açores 2017) e não um catálogo com 30.000 imagens onde criou uma coleção intitulada viagem aos açores 2017, deixando de rogar pragas ao número limitado de keywords, de estrelas e filtros que tinha de inventar para visualizar apenas fotos daquele viagem aos açores.

Separar em catálogos

Se faz um uso a título pessoal do LR e coloca todo o material da sua família por exemplo, não faz sentido segmentar em catálogos, perdendo tempo na passagem de um para o outro e com a impossibilidade de reunir fotos de dois eventos no mesmo contexto.

Se faz um uso profissional e encontra-se na situação de ter um catálogo com 30.000, aconselho vivamente a separar os catálogos por tópico, cliente ou sessão.

Mas há forma de fazer isso sem perder todo o trabalho de catalogação e edição já realizado? Há, seleciona-se as imagens que pretende na barra inferior de pré-visualização e depois utilização a função exportar como catálogo.

Atenção ao utilizar esta funcionalidade, pois se indiciar na janela de contexto que pretende exportar os negativos, irá duplicar as imagens no disco.

Backups do catálogo

Toda esta introdução foi para chegar a este ponto. Geralmente temos os brutos com backups, com o medo de perder as fotografias, mas negligenciamos o backup dos catálogos.

Aquela janela "chata" quando vamos passar de um catálogo para outro a pedir um backup acaba por ser normalmente negligenciada, devido aos efeitos da falta de tempo nesta profissão, onde se estamos a ir para outro catálogo é porque precisamos editar algo ASAP. Para quem desconhecia o conceito de catálogo, esta questão nem se colocar, ficando já a saber que o LR relembra de fazer backups.

Outros tinham medo desta janela por questões de espaço e por nunca ter ligo a primeira linha. "Ah, pensava que fazia backups das fotos e isso eu já faço manualmente", também é uma frase que oiço com regularidade. Testar a integridade e optimizar o catálogo, são duas tarefas essencial antes de fazer o backup, que de preferência deve ser para outro disco.

Devo sempre sobrepor o backup com a última versão?

Não. Deixe duas ou três versões e vá apagando as anteriores.

Se estamos a ir ao backup é porque algo correu mal. Se já fiz backup do que correu mal por cima do backup, não há backup. A frase é horrenda, mas faz todo o sentido. Se por lapso apagar as fotos do Lightroom, perde todo o histórico de edições e, mesmo que tenha os ficheiros originais, perdeu a edição.

Ok, ignorei o tópico anterior e tenho um catálogo vazio. E agora?

Agora temos um problema. Problema com o que me defrontei esta manhã, um catálogo com meses de muito trabalho de uma amiga. O catálogo não dava erro ao abrir, tinha coleções com localizações de viagens entre outros indícios de ter tido muitas fotografias e trabalho.

Tendo esgotado opções de recuperação no LR, fui à procura de mais informação sobre a estrutura do catálogo e para a minha surpresa, é uma base de dados.

Para quem já trabalhou com bases de dados, desde um Microsoft Access a uma base de dados Oracle, já tem mais do que conhecimentos para "dar uns toques". Um ficheiro de sufixo lrcat é uma base de dados SQLite, onde renomeando o ficheiro e com um frontend podemos logo começar a realizar queries à base de dados.

Sim, isto é mesmo muito geek e nenhum fotógrafo deveria ter conhecimentos disto, por isso não se assuste se parecer chinês, procure ajuda de um amigo eng informático, vulgo instalador de sistemas operativos e anti-vírus da família e peça ajuda, pode ser que se recupere alguma coisa. Há alguma informação na internet sobre o schema e conteúdos das tabelas, assim como algumas queries. Boa sorte!